Lunettes

Um ensaio sobre aproximação pelo olhar.

Giovanna Nucci segue sua busca nas vistas, sejam em cidades, natureza ou espaço estreitos, e onde quer que vá, o que quer que veja há sempre algo não acessível ao olhar que desperta sua curiosidade: “o lugar onde não se pode chegar é o mais interessante, onde o mistério provoca em mim a possibilidade de criar e vagar por estórias sem compromisso de final feliz” diz a artista.

Nesse corpo de trabalho a artista usa caixas de luz retro iluminadas onde o foco do que vemos é exatamente o foco das lunetas encontradas na cidade de Paris. E é como luz que a foto faz a grafia e desenha estas vistas de espreita que a autora nos indica.

Em uma temporada na cidade luz Giovanna decidiu levar consigo o mínimo de equipamento possível, como a própria diz; “eu queria

locomoção, queria estar livre do peso de equipamentos que por vezes distrai até o olhar”.

Com uma Leica em punho atitude um tanto Bressoniana, Giovanna, casualmente experimenta um percurso fotográfico com uma proposta singular, a busca desprendida de paisagens e se limitar apenas a um pequeno equipamento ao fotografar flanando pontos específicos da cidade de Paris. Depois de uma quinzena os ensaios provocavam um desejo não satisfeito, o de ver mais de perto a proximidade. E foi numa experiência bizarra que Giovanna acabou por satisfazer seu olhar curioso.

Encontrou nas lunetas espalhadas pela cidade a maneira de subverter o pequeno porém competente equipamento que portava e encontrar seus ângulos preferidos. Acoplou sua câmera a cada luneta que encontrava e partiu para seus clicks aproximados, suas estórias inventadas.